Seguindo as discussões do geógrafo e pesquisador Milton Santos, o conceito de território, quando aplicado à arte-educação e à educação integral, transcende a mera geografia física e se estende para os domínios simbólicos e emocionais. Na arte-educação, o território é tanto entendido como o lócus criativo onde as experiências artísticas se desdobram quanto como espaço concreto, que mobiliza, inspira, viabiliza (ou inviabiliza) a produção artística. Para Adriana Aragão e Elizabeth Belizário, a Beth Beli, músicas e arte-educadoras na Arte Despertar entre 2001 e 2023, a compreensão do território é essencial e estruturante do processo educativo.
Como elas apresentam, é no território que os alunos exploram sua expressão pessoal, descobrem novas linguagens e formas de moldá-las e desenvolvem uma compreensão mais profunda de si mesmos e do mundo ao seu redor. O território na arte-educação proporciona um ambiente fértil para a construção do conhecimento, estimulando a criatividade e a experimentação.

Na educação integral, o conceito de território expande-se para abranger não apenas o ambiente escolar, mas também o contexto social, cultural e emocional em que os alunos estão imersos. O território, nesse contexto, refere-se ao conjunto de influências e experiências que moldam o desenvolvimento integral dos educandos. Compreender o território implica então considerar a diversidade das perspectivas e identidades dos sujeitos, o que contribui para a práticas mais inclusivas, que reconhecem e valorizam as singularidades de cada pessoa, e de cada contexto.
É também ao reconhecer o território como um cenário multifacetado, educadores podem criar estratégias pedagógicas que integram as experiências dos alunos, conectando a aprendizagem à sua realidade e promovendo uma educação mais rica e envolvente.

Saiba +
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