Entrevista em que a arte-educadora Kelly Jardim discute as especificidades do trabalho com crianças, do apoio ofertado pela Arte Despertar à equipe de saúde e relata um dos diversos momentos por ela vividos sobre o atendimento a crianças e a necessidade do apoio às equipes de saúde.
“Uma coisa muito bonita é que a criança é muito honesta com o que ela está sentindo (…). Mas mesmo a criança vomitando, chorando, gritando, passa um segundo: ela queria brincar”, relembra Kelly. Mobilizada pelas lembranças, acrescenta: “Ela não desiste de brincar! O quanto isso é enriquecedor pra todos nós? Quando é que a gente esquece que isso também é saúde? É bonito esse espaço que as crianças têm para o lúdico”.
As equipes de saúde, ao longo dos anos de trabalho, passaram a contar com a equipe da Arte Despertar para suporte, e acionavam a dupla de arte-educadores em uma série de ocasiões. Ela narra experiências ricas, e momentos que evidenciam que a arte tem uma função necessária. “Eu sinto que ela é tão necessária quanto a quimioterapia”, conclui Kelly, depois de décadas neste ofício.
Saiba+
Cantos de esperança: o encontro com Ana Clara e Lívia (material de arquivo) – depoimento de Ana Clara, e sua mãe Lívia. Ana Clara foi à jovem atendida por Kelly, quando a arte-educadora lançou mão de instrumentos para auxiliar o cuidado à jovem cuja sonda acabara de ser retirada. As declarações de mãe e filha são a manifestação de um trabalho comprometido e qualificado no qual cuidado alcançou seu mais profundo significado.
A ludicidade em diálogo com a arte: nesse conjunto de entrevistas as Kelly Jardim, Beth Beli e Liana Shimabukuro apresentam momentos de atendimentos realizados em hospitais em que a ludicidade e a arte construíram “pontes de possibilidades”.