Como promover um encontro genuíno no atendimento com arte em espaços de cuidado à saúde que toque as pessoas atendidas? Essa é a pergunta que o arte-educador, músico e musicoterapeuta Geraldo Orlando responde. Para ele, a percepção e a sensibilidade no atendimento em saúde são chaves para um diálogo empático e compassivo.
“É olhado no olho, é conversando com a pessoa, é querendo saber o nome dela, saber sobre ela. E não que ela esteja ali como expectadora de um momento de arte, mas que essa arte possa atravessá-la, possa ir de encontro com ela”, resume o artista, que atuou em hospitais pela Arte Despertar de 2009 a 2022. A sensibilidade, segundo Orlando, permite que a arte atravesse as barreiras e se conecte verdadeiramente com as emoções e vivências do paciente.
Integralidade e cuidado
Esse tipo de abordagem não apenas contribui para o bem-estar emocional do indivíduo, mas também pode ter impactos positivos na recuperação e na percepção do cuidado. A atenção direcionada à singularidade de cada paciente não apenas humaniza o atendimento em saúde, mas também reconhece a importância de abordagens holísticas que consideram as dimensões emocionais e subjetivas, além das aspectos puramente clínicos.
Saiba +
Respeito à alteridade e sensibilidade na arte como produção de cuidado – Beth Beli, presidenta, regente e fundadora do Bloco Afro Ilú Obá De Min e arte-educadora na Arte Despertar por mais de vinte anos enfatiza a importância da sensibilidade para o atendimento com arte em saúde.
A humanização em saúde e o lugar da morte – depoimento em que a arte-educadora Kelly Jardim reflete sobre o papel da arte no acolhimento e apoio ao fim da vida.
O atendimento com arte no contexto hospitalar – Geraldo Orlando e Kelly Jardim, que trabalharam por mais de uma década como arte-educadores da Arte Despertar em hospitais, narram a experiência da organização no campo da saúde.