A arte é uma forma de expressão, de comunicação, de criação, de conhecimento. Ela em si é uma totalidade. O que a gente faz habitualmente, socialmente, é identificar a arte como universo de propriedade específica de artistas, mas não é. A arte é do humano, e somos todos humanos. Então, a gente traz em si essa necessidade e essa potencialidade”. Christina Rizzi, professora sênior da ECA/USP e membro do Conselho da Arte Despertar nos primeiros anos, resume as dimensões de arte, sistematização que é resultado de anos de dedicação a essa reflexão.
Christina Rizzi explora a potência expressiva da arte como uma manifestação que, segundo Angela Rizzi – pedagoga e coordenadora de projetos na Arte Despertar por 13 anos – propicia o autoconhecimento. Seja por meio do manejo de materiais, instrumentos ou do próprio corpo, a expressão artística surge da ousadia de mergulhar na subjetividade. A apreciação do resultado desse mergulho, construído em um fazer prazeroso, proporciona satisfação não apenas em relação à obra criada, mas à própria existência.
Nesse contexto, a arte assume a posição de “objeto intermediário”, conforme enfatiza Dra. Vera Bonato, Assistente de Direção do InCor e parceira institucional da AD por mais de uma década na área de Humanização do Hospital. A pesquisadora destaca: “O que tenho muito claro dentro da minha trajetória e parceria com o Arte é que resgatar memórias é um veículo de cura”.
A obra artística, como ponte entre o presente e o passado, torna-se um conector. No vasto universo polissêmico da arte, cada indivíduo capta aquilo que o toca, resgatando momentos significativos que alimentam sua potência de vida nesse encontro único.
Saiba +
A metáfora e a obra de arte – depoimento sobre o poder metáfora em abrir “dimensões desconhecidas dentro das pessoas”.
O poder transformador da arte: a fada e o violeiro – depoimento em que a metáfora aparece como ponte necessária à relação humanizada e acolhimento nos hospitais.
Metáfora e subjetividade – vídeo em que a arte-educadora e narradora de histórias Christiana Ceschi narra um encontro sensível e reflete sobre a metáfora como caminho para alcançar a subjetividade humana.