O poder transformador da arte: a fada e o violeiro

Em um cenário hospitalar marcado pela tensão e exaustão, uma cena inusitada transformou a atmosfera sombria da sala de espera. Enquanto as pessoas, impacientes e cansadas, aguardavam ansiosamente, uma dupla improvável composta por uma jovem cantora, carinhosamente apelidada de “Pequena Fada”, e um violeiro de olhos azuis como o céu, trouxe uma injeção de poesia e alegria ao ambiente. A narrativa descreve um episódio em que a arte transcendeu as barreiras do cotidiano hospitalar, proporcionando um alívio inesperado e unindo as pessoas, como se, por um momento, todos fossem transportados para um outro ambiente. Essa experiência poética, protagonizada pela “Pequena Fada” e pelo Violeiro, revela o poder transformador da arte em meio a circunstâncias desafiadoras, deixando em seu rastro um rastro de alegria e esperança.

O depoimento de Louiseanne Rêgo Baldez, que acompanhava sua irmã em um procedimento médico em São Paulo e que foi beneficiada por ações da Arte Despertar, destaca a importância da música e da narração de histórias na atenção aos presentes no cotidiano hospitalar.

“Em dezembro eu estava na sala de espera do Hospital das Clínicas, enquanto minha irmã era submetida a um cateterismo. Eu estava cansada como todos ali, o rosto das pessoas já apresentavam marcas da espera, o humor exaltado. Os médicos faziam tudo para atender da melhor forma possível, também estavam cansados e, por mais que tentassem ser gentis não conseguiam satisfazer a todos, também pareciam exaustos.

Algumas pessoas mais impacientes reclamavam da demora, do cansaço, do calor, da fome, de tudo! O rosto fechado de cada um com seus problemas. Nenhum sorriso naquele ambiente. Lá no fundo comecei a ouvir uma música, uma voz muito afinada, olhei para trás, pude ver aquela garota de um metro e sessenta, olhos castanhos, cabelos curtos e encaracolados, acompanhada por um violeiro dos olhos azuis como o céu, lembro que tocavam músicas natalinas.

Parecia mágica, as pessoas começaram a sorrir aliviadas, a pequena Fada foi cantando “Asa Branca“, “Quinem Jiló” e assim por diante. O Violeiro cantante chamava todos para acompanhá-los na cantoria. Aqueles olhos azuis iluminavam o sorriso da “Pequena” que usando um mini acordeon cantava. Tocavam e cantavam como crianças que brincam em um parque de diversões. O rosto das pessoas, o ambiente, tudo estava iluminado. Os médicos, os pacientes, os familiares, todos cantarolando e sorrindo, como se o dia estivesse acabado de começar.

Os dois saíram contentes e cantando como os anjos que acompanham as crianças, deixando em cada rosto o sorriso. Levaram todo o cansaço e apatia do ambiente. Não satisfeita corri até eles, perguntei seus nomes e peguei um folheto, precisava de uma prova de que realmente não estava sonhando, que existe pessoas como aqueles anjos, como a Fada e Violeiro!

Espero que este trabalho continue sempre. Parabéns pequena Fada, parabéns Violeiro. Vocês realmente conseguiram despertar o melhor do ser humano! “

Louiseanne Rêgo Baldez, acompanhante de paciente atendida pelo Instituto do Coração (InCor), em São Paulo (SP).

Saiba +
A música na Arte Despertar: breve sistematização sobre o papel da música na visão da Arte Despertar.
Musicoterapia na Saúde: artigo que sistematiza os principais conceitos da musicoterapia no ambiente hospitalar.

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